FMI não aprova investimento do Paquistão em mineração de Bitcoin
O Fundo Monetário Internacional (FMI) recentemente deu um “não” a uma proposta do Paquistão para oferecer tarifas de eletricidade subsidiadas para a mineração de Bitcoin. Essa decisão pode dificultar os planos do país de atrair mineradores e, assim, movimentar sua economia local.
O Secretário de Energia paquistanês, Fakhray Alam Irfan, revelou que o FMI se posiciona contra subsídios que favoreçam um único setor. A orientação é clara: os países que buscam empréstimos com o fundo devem investir recursos de maneira mais abrangente.
Embora as criptomoedas tenham sido proibidas em 2022, a postura do Paquistão começou a mudar. Recentemente, o governo contratou Changpeng Zhao, conhecido como CZ, fundador da Binance, como consultor. Além disso, o primeiro-ministro expressou a intenção de estabelecer uma reserva de Bitcoin, mostrando que o interesse por criptomoedas está ganhando força no país.
FMI disse “não” à mineração de Bitcoin
O governo paquistanês acredita que o país possui um excedente de eletricidade durante os meses de inverno, o que significa que há energia sobrando sem ser utilizada. A ideia de oferecer subsídios a mineradores de Bitcoin surgiu para evitar desperdícios e estimular atividades econômicas.
No entanto, o FMI levantou preocupações em relação a essa abordagem. O Secretário de Energia reiterou que o FMI é firmemente contrário a subsídios específicos para a mineração de criptomoedas. Agora, o plano está sendo reavaliado pelo Banco Mundial e por outros credores. Uma das propostas é alocar 2.000 megawatts de eletricidade da rede estatal para a mineração de criptomoedas e centros de dados de inteligência artificial.
O governo do Paquistão se vê em uma posição privilegiada, tanto geograficamente quanto economicamente, para se tornar um hub global de data centers. Com uma localização que conecta a Ásia, Europa e Oriente Médio, o país pode se tornar um ponto estratégico para a infraestrutura digital.
Fim da reserva estratégica de Bitcoin?
As iniciativas do Paquistão visam criar um ambiente propício para as criptomoedas. O lançamento da Autoridade de Ativos Digitais do Paquistão (PDAA) foi um passo importante para garantir a conformidade regulatória nesse setor.
No início do ano, durante a Bitcoin Conference em Las Vegas, o governo apresentou regulamentações com o objetivo de estabelecer uma reserva nacional de Bitcoin. O plano inicial incluía subsídios para mineradores, considerando a atividade como essencial para construir essa reserva.
Recentemente, o FMI expressou preocupações sobre essas intenções, alertando sobre possíveis implicações legais e o impacto que isso poderia ter na rede elétrica do país. Além disso, o fundo destacou que o Paquistão não havia consultado a instituição antes de fazer anúncios relacionados à mineração de criptomoedas. Essa situação gera apreensão entre senadores, especialmente em relação a um acordo com o FMI no valor de 1,3 trilhões de rúpias, ou cerca de US$ 4,56 bilhões.
Vale lembrar que o FMI também teve desentendimentos com o El Salvador, que adotou o Bitcoin como moeda corrente. O órgão reforçou que o país deveria reverter essa decisão, mas o governo de Nayib Bukele continuou a aumentar suas reservas da criptomoeda, apesar da pressão do fundo.
Essas ações do Paquistão e a postura do FMI mostram como a relação entre governos e instituições financeiras pode moldar o futuro das criptomoedas em diferentes partes do mundo.